UM LEITOR VORAZ...
MICHAEL by BOB
SANGER
(ex-advogado de Michael Jackson)
[…] E a terceira coisa é que Michael era um leitor
voraz. Eu conhecia Michael, mas eu comecei a conhecê-lo muito melhor no
julgamento. O juiz estava fazendo a escolha do júri e era hora do
intervalo.
O Juiz Melville disse: “Senhoras e senhores, eu
quero que vocês saibam que o serviço de júri é muito, muito importante”.
Ele estava tentando convencer as pessoas a não ter desculpas idiotas para sair do serviço de júri. Todos os juízes fazem isso.
Ele disse: “O sistema de júri é um sistema honrado
há muito tempo. Tem sido assim cerca de 200 anos. Vamos fazer uma pausa e
voltar em 15 minutos”.
Levantamo-nos e, quando o juiz se afastou, Michael
se virou para mim e disse: –“Bob, o sistema de júri é muito mais antigo do que
200 anos, não é?”
Eu disse: “Bem, sim, ele remonta aos gregos”.
Ele disse: “Oh sim, Sócrates teve um julgamento com
júri, não foi?”
Eu disse: “Sim, bem, você sabe como se viraram
contra ele”.
Michael disse: “Sim, ele teve que beber a cicuta”.
Isso é apenas um pequeno detalhe. Nós conversávamos
sobre Psicologia, Freud e Jung, Hawthorne, Sociologia, História dos Negros e a
Sociologia que lida com questões raciais. Mas ele era muito bem versado nos
clássicos da Psicologia, História e Literatura.
Ele gostava de ler. Ele tinha mais de 10.000 livros
em sua casa. E havia lugares onde ele gostava de se sentar, e você poderia ver
os livros com seus marcadores nos mesmos, com notas e tudo, onde ele gostava de
se sentar e ler.
E posso lhe dizer por eu falar com ele –
especialmente para alguém que era autodidata, por assim dizer – ele tinha a sua
própria lista de leitura.
E eu não quero dizer que eu sou um leitor voraz,
mas eu certamente leio muito – vamos colocar dessa maneira – e eu gosto de
Filosofia e História e tudo por mim mesmo, e era muito bom de conversar com
Michael, porque ele era muito intelectual, e ele gostava de falar sobre essas
coisas.
Mas ele não ostentava, e era muito raro que ele iniciasse
uma conversa desse tipo, mas se você entrasse em uma conversa assim com ele,
ele estava lá.
A última vez que falei com ele foi logo depois do
julgamento e, em seguida, ele se mudou do país. Eu não o tinha visto
pessoalmente – eu falei com ele no telefone. Claro, eu conversava com as
pessoas ao seu redor, porque eu ainda cuidava de assuntos por ele.
Mas o melhor que posso dizer e eu não quero
exagerar a minha importância no mundo dele, mas eu quero transmitir esse lado
dele que as pessoas não veem.
Poucas pessoas tiveram a oportunidade de realmente
experimentar a bondade dele e de sua família. E poucas pessoas realmente
tiveram a oportunidade de ter essas discussões intelectuais sobre grandes
pensadores e escritores.
Freud e Jung – saia para a rua e tente encontrar
cinco pessoas que possam falar sobre Freud e Jung.
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Fontes: http://rhythmofthetide.com
Tradução: Cartas para Michael
https://www.lolgamesup.com.br/mj-fans-br/2018/03/14/a-literatura-de-michael-jackson-02/